- Uma das principais causas de
morte das aves jovens, após a separação dos pais, podendo ocorrer entre a 5.ª e a
10.ª semana. Nas várias conversas
sobre ornitofilia, com os mais diversos criadores de aves de gaiola e de viveiro tenho
constatado o desconhecimento quase total, por parte destes, de uma doença que ocorre em
determinados períodos da vida das aves de pequeno porte, enquanto jovens, doença essa
denominada Lankestereliose.
Começou esta doença por ser detectada em alguns centros de
reprodução, mais ou menos grandes, alastrando-se como será óbvio aos pequenos
criadores, face à aquisição de aves naturalmente portadoras.
A Lankestereliose provoca surtos de elevada mortalidade
entre os jovens, após a separação dos pais, a partir da 4.ª ou 5.ª semana de vida. A
incubação é efectuada por um período de cerca de 8 dias, findo o qual poderá provocar
uma elevada mortalidade, que se poderá situar entre os 50% e os 95%.
Esta doença não vem acompanhada de sintomas clínicos precisos,
sendo portanto logo de desconfiar quando a nossa jovem ave está sonolenta, penas
eriçadas, não disputa a comida ou poleiros, isolada ou a um canto da gaiola ou viveiro.
A Lankestereliose é provocada por um parasita no sangue
da jovem ave, apresentando nas autópsias como sinal mais característico, um grande
aumento de volume do baço, sem mais outras lesões particulares.
Assim, recomendam-se duas situações, a fim de evitar uma
exagerada mortalidade após a separação dos jovens dos seus pais, as quais eu tenho
utilizado nas duas últimas épocas de reprodução, com muito êxito, sendo:
- Utilizar como meio PREVENTIVO (antes de as aves apresentarem qualquer sintoma), durante
3 dias por semana e no período que decorre entre a 5.ª e a 10.ª semanas, de uma
associação de sulfadimetoxina sódica 8% e Pirimetamina a 1%,
na dose de 7 gotas por bebedouro de 60 ml ou 5 ml por litro de água.
- Como meio CURATIVO, isto é, se de facto se constata qualquer sintomas, administrar
durante 8 dias, nas mesmas doses acima indicadas. Este medicamento, que eu conheça,
existe no mercado ornitófilo, importado de França e é também extremamente eficaz na
prevenção e tratamento da Coccidiose, Salmonelas e da Pseudo-Tuberculose das aves de
gaiola.
Pode e deve ser administrado conjuntamente com um complexo
vitamínico, sempre da mesma marca do medicamento, a fim de não existirem
incompatibilidades.
Não administrar aos reprodutores, já que provoca esterilidade.
Bibliografia utilizada: Moureau Ornithologie
Retirado do Boletim Informativo do Clube
Ornitológico Português com consentimento do Autor. |