O ninho tem como função principal a protecção dos ovos e das crias quer das
condições atmosféricas desfavoráveis quer de inimigos naturais.
O ninho evoluiu ao mesmo tempo que evoluíram as aves. As aves
começaram por depositar os ovos no solo ou sobre materiais em decomposição,
tal como os répteis. À medida que a temperatura do seu corpo se estabilizou,
deixaram de depender do calor externo para incubar os próprios ovos. Durante
a incubação há também uma maior protecção e vigilância.
As aves cujas crias nascem num estado de desenvolvimento avançado
e que abandonam muito cedo o ninho, construem-no sem demasiados cuidados, no
solo ou em alguma plataforma rochosa. Se as crias nascem praticamente num
estado embrionário e permanecem durante muito tempo no ninho, necessitam de
uma melhor protecção. Algumas procuram cavidades naturais enquanto outras constróem
os ninhos com materiais bons isolantes térmicos. Muitas vezes procuram sítios
de difícil acesso em árvores altas ou paredes escarpadas nas rochas.
Tipos de ninhos
1 - Ninhos elementares
2 - Ninhos escavados
3 - Ninhos sobre o solo
4 - Ninhos nas árvores
5 - Ninhos nas paredes e escarpas
6 - Ninhos colectivos
Ninhos elementares
- São os ninhos típicos dos pinguins, alguns gansos-patolas e corvos
marinhos, a maioria das gaivotas, abetardas, noitibós, etc.
Algumas aves ocupam cavidades naturais outras nem isso colocam os ovos
directamente no solo em qualquer local. Podem também escavar uma pequena cova
ou amontoar pedras ou restos vegetais. Muitas vezes os próprios excrementos são
depositados no ninho, formando um ninho de excrementos.
Ninhos escavados
- Estes ninhos são escavados no solo e podem ter galerias de vários metros
de extensão como é o caso dos abelharucos e o do guarda-rios. Utilizam o
bico e as patas para escavar, normalmente um túnel recto que depois se alarga
numa câmara onde incubam os ovos.
Estes ninhos estão bastante protegidos, quer do clima quer da maior parte dos
predadores.
Ninhos sobre o solo
- São muitas vezes utilizados pequenos ramos, restos vegetais, penas, etc.,
para construir uma plataforma onde colocam os ovos. Estes ninhos podem ser
construídos em locais descobertos, como o ninho das gaivotas, mas outras são
muito bem dissimulados entre a vegetação. As aves mais pequenas que fazem o
seu ninho no chão, utilizam materiais como o musgo ou a lã para atapetar o
interior do ninho.
Ninhos nas árvores
- A grande maioria das aves constrói o ninho nas árvores. Muitos escavam ou
aproveitam cavidades existentes nos troncos das árvores como por exemplo o
pica-pau e o mocho, respectivamente. É usual os ovos das aves que nidificam
em cavidades serem completamente brancos uma vez que não necessitam de outra
camuflagem.
Os ninhos construídos nas árvores variam muito quer no tamanho quer na técnica
quer nos materiais usados na construção. Algumas aves localizam os seus
ninhos na zona mais alta das árvores.
Algumas aves, como o tentilhão, forram o exterior do ninho com líquenes e
outros vegetais para que o ninho seja mais difícil de detectar.
Um dos ninhos mais curiosos que conheço é o do papa-figos que por vezes
parece uma pequena cesta pendurada na extremidade de uma ramo, numa ramificação
do mesmo.
Ninhos nas paredes e
escarpas - Muitas vezes estes ninhos são construídos com barro
e terra como é o caso das andorinhas. A construção também pode ser de
vegetais reforçada por barro.
Ninhos colectivos
- As aves que constróem grandes ninhos colectivos como os republicanos da África
do Sul, não existem entre nós. Mesmo assim, podemos encontrar ninhos
colectivos de estorninhos, andorinhas e pardais. Tenho reparado que os pardais
são "profissionais" para aproveitarem o ninho das cegonhas para a
sua colónia.
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