• 1 - Se de facto está a pensar em adquirir Closters de qualidade, deverá dirigir-se a mais que um comerciante e a mais que um criador, para poder comparar qualidade, sem se precipitar.
• 2 - A designação correcta em Português dos Glosters é respectivamente: GLOSTER CORONA (aquele que chama de topete)e GLOSTER CONSORTE, o que não tem topete.
• 3 - A fisionomia dos dois é exactamente igual, à excepção da cabeça.
• 4 - No Gloster Corona, a coroa não deve ser partida à fente, deverá ser o mais redonda possível, cobrindo metade dos olhos, e deverá ser totalmente aderente à parte de trâs da nuca, confundindo-se nessa zona
  com as penas da parte superior do pescoço.
• 5 - No Gloster Consorte, a cabeça é lisa, mas cheia, com volume de penas, e na zona dos olhos sobressaem ligeiras sobrancelhas, sem os cobrir totalmente.
• 6 - O bico de ambos é cónico e muito pequenino - é o canário que tem o bico mais pequeno, mais ao menos metade de um canário de cor.
• 7 - Em termos de aspecto, é um canário pequeno e rechunchodinho, em termos de standard, um canário do ano não deverá ultrapassar os 11,5 cm, medidos da ponta do bico à ponta da cauda, em linha recta.
• 8 - Visto de frente, é peitodo, as penas cobrem toda a coxa, vendo-se apenas as pernas a partir do joelho. Visto de lado, deverá notar-se grande volume peitoral e ligeira curvatura para fora na parte superior das costas. A cauda é curta, muito mais que os canários de cor.
• 9 - Nos acasalamentos, deverá ser cruzado SEMPRE um Gloster Corona com um Gloster Consorte, independentemente de um ser o macho e outro a fêmea. Se acasalar Coronas com Coronas, é factor letal e nasceram apenas 25% dos filhotes, com coroas desproporcionadas. Se acasalar Consorte com Consorte, não há qualquer problema de mortalidade. O único inconveniente será quando, em anos posteriores acasalar esses consortes do cruzamento Consorte com Consorte, acasalando depois esses filhos com coronas, nos filhos coronas estes nascerão com coroa embora perfeita, mas mais pequenina.
• 10 - Também na regra do acasalamento deverá ser em consideração acasalar sempre INTENSIVO com NEVADO, se acasalar intensivos com intensivos, nascerão filhotes demasiados esguidos para o padrão exigido. Se acasalar nevados com nevados, nascerão filhotes mais volumosos, mas na sua grande maioria terão muitos problemas com quistos.
  UM canário intensivo, é aquele, que independentemente da cor, esta é mais intensa, mais forte. A cor nevada, é aquela que é mais desfalecida, notando-se inclusive as pontas das penas brancas (pequeninos raiados).
• 11 - O padrão do porte do Gloster é fixado pela COR VERDE, pelo que deverá sempre o verde entrar como interveniente, isto é: Acasalar um verde com um amarelo, um verde com um malhado, um verde com um azul/gris, um verde com um canela, um verde com um brando.
  Assim, se quiser obter canários CANELAS, deverá por exemplo acasalar uma fêmea canela, com um macho verde portador de canela (o canela está oculto, não se vê).
  Para obter azuis: UM azul com um verde portador de azul etc. etc.
  Acasalando por exemplo Azul, com um brando portador de azul, os filhos serão azuis, outros serão brancos malhados de azul e outros todos brancos, mas... este acasalamento não deverá ser efectuado, pois o porte dos canários, particularmente do branco, será muito esguio.
  Na cor canela a teoria é a mesma, canela com canela o porte ficará esguio.
  Azul com azul, desde que o porte seja bom, e um seja nevado, o porte será quase bom.
  Por experiencia própria e de alguns colegas, gostamos muito de acasalar bons malhados de amarelo e verde, com verdes. Ou bons malhados de canela com amarelo, com verde.
  Conclusão: O verde deverá entrar sempre no acasalamento!!!
  

Quanto ao seu manuseamento, é um canário muito dócil, falso lento, isto é, parece bonacheirão, mas é muito mexido e alegre. É um canários bom ou até muito bom criador, o ideal para iniciados em canários de porte.
A alimentação é igual à dos canários de cor. Não se podem usar corantes amarelos, laranjas ou vermelhos nos canários Gloster.
- NÃO CONFUNDIR um Gloster com muitas dessas aberrações que aparecem em casas comerciais, que são canários de cor com topete, pequenito no topo da cabeça, esfrangalhado e do tamanho dos canários de cor, sendo também muito esguio. Destes nunca compre, por nem é canário de cor, nem é Gloster !!!
- Siga as regras de acasalamento aconselhadas nestas páginas a vários amigos, e leia o artigo MORTE DOS FILHOTES.
É conveniente ter sempre três ou quatro casais da mesma raça, do que quatro casais de quatro raças diferentes, pois tendo por exemplo 4 casais de Glosters, poderá ir anualmente seleccionando os melhores, e terá 4 vezes mais opções. Se tiver um casal de cada raça, ficará com as opções limitadas nessas mesmas reças, compreendido !!!
Muito boa sorte !!!
Um grande abraço,
Luís Pires - Ovar (Portugal)

Comentário:
Muito obrigado, pelos valiosos conselhos. Tentarei segui-los à risca e espero que, dentro de algum tempo, possa te enviar boas notícias sobre os resultados obtidos. Afinal, me parece que o mais interessante e divertido na canaricultura é justamente vencer os desafios.
Novamente agradeço sua paciência e atenção.
Helber

Resposta:
Viva,
como está caro amigo Manuel Oliveira, folgo em que tenho voltado ao nosso contacto.
Como poderá ter já reparado, nesta página das RESPOSTAS, vai aprendendo mais um pouquito quase todos os dias, pois vamos respondendo às mais variadas questões... muito embora continuo a lembrar a todos os utilizadores que a minha/nossa sabedoria não é infinita, e estamos nisto porque gostamos e somos bastantes estudiosos, quer de literatura quer de contacto pessoal com os canários.
Também gostaria de alertar que eu na anterior resposta NÃO afirmei que os seus canários não seriam da raça HARZ, outrossim perguntei se seriam de facto dessa raça... isto porque, em PORTUGAL existem muitíssimos poucos criadores dessa excepcional raça. Não ponho em dúvida sequer que quem lhos vendeu o tenha enganado, comprendido !
- Quem sou eu para julgar alguém !!!
Apenas interroguei, inocentemente, isto porque, a exemplo da raça de canto MALINOIS, também os de Harz são dos melhores canários criadores que existem no mundo, daí, em muitos países, e particularmente também em Portugal, quer o canário de Harz, sem instrução de canto, quer o canário Malinois, também sem instrução de canto, são muito usados como amas dos canários de Porte. Eu próprio, este ano, utilizei 6 casais (com muito sucesso) de canários Malinois, para me criarem canários Parisienses, Crests e Yorkshires.
Também sei que, dos poucos BONS criadores de canários de Harz que existem em Portugal, eles existem na região de Lisboa, daí, não por em dúvida que o Sr. Jorge Monteiro (que eu ainda não tive o prazer de conhecer) tenha muito bons canários de Harz ... esclarecido !
- Não sou a pessoa indicada para lhe falar de canários de Canto, nomeadamente do HARZ, sei apenas que não deverá preocupar-se com a cor deles, pois nessa raça o que interessa é o canto - Não servem para ser apresentados em exposições como canários de cor, compreendido. Apenas por rações genéticas e de factor letal, deverá evitar acasalar intensivos com intensivos e nevados com nevados. Isto é, poe exemplo, se tem canários amarelos, deverá acasalar um amarelo intensivo (onde o amarelo é bem mais carregado e vivo), com um amarelo nevado (onde o amarelo é desfalecido, notando-se até a ponta das penas esbranquiçadas), nos verdes a teoria é a mesma, mesmo verdes com amarelos a mesma coisa, sempre INTENSIVO X NEVADO. Nunca acasalar branco com branco, o branco, pelos menos teóricamente, só poderá ser acasalado com um nevado, amarelo, ou verde, ou outra cor qualquer nevada. Também, se quiser tirar determinada cor, terá de acasalar ou dois da mesma cor (sempre intensivo com nevado),ou um de uma cor (por exemplo branco) com um de outra cor (por exemplo amarelo nevado), mas que seja portador da cor branca (se quer tirar também brancos), senão tirará normalmente só malhados. Esta regra aplica-se a todas as outras cores, a todo o tipo de canários, de canto, de cor, de porte.

- Como poderá ver se são verdadeiros:
1 - Se tem confiança em quem vendeu, e lhe garante.
2 - Pelo aspecto: Será um pouco difícil, pois este é muito parecido aos canários de cor, com o mesmo tamanho, cerca de 14 centímetros, aparentando ser um canário robusto.
Normalmente são amarelos, verdes, ou malhados de amarelo e verde, embora tanbém existam outras cores, como o branco.
3 - Na alimentação, exige mais semente de nabo que os canários normais.
4 - São uns excepcionais criadores.
5 - Canto: É aqui que se descobre um bom Harz, tam um canto melodioso, suave enternecedor, ao contrário do canário normal, que tem um cantar forte e metálico. Canta com o bico fechado, adoptando uma posição muito elegante, enquanto a garganta "incha" (dilata) por baixo das penas. Quando devidamente ensinado / educado, com muita paciência, é capaz de cantar fielmente pequenas áreas desde que se lhe dé repetidamente apenas e só o trecho sa música que desejamos que ele reproduza.
Terá que ter, para o canto normal do Harz, e este poderá atingir 30 variedades de canto, um bom macho já ensinado, onde, deverá colocar na sua gaiola, ao centro das gaiolas (individuais) dos machos jovens, para estes o verem e ouvirem bem, tentando assim imitá-lo.
- Mas melhor que eu, poderá e deverá o Sr.Jorge Monteiro aconselhá-lo !!!
- Quantro a boas casas comerciais na sua zona:
- No Entroncamente tem O ROUXINOL (um dos sócios é um excelente criador, Sr. José Ferreira), que fica logo à direita, após atravessar o viaduto que passa sobre o caminho de ferro.
- Em Leiria, tem outra excelente casa, que é a ZOOLIS (um dos sócios, o pai, Sr. Reis, já teve duas medalhas - prata e bronze - em dois Campeonatos Mundiais), no Centro Comercial Liz, logo à entrada do Centro Comercial, à esquerda.
- Em Tomar sei que há uma boa casa, mas nunca lá fui (irei lá em breve e depois poderei indicar).
É tudo por hoje, sempre ao dispor,
Um grande Abraço,
Luís Pires - Ovar

Resposta:
Meu caro amigo (virtual) Flávio, relativamente à questão que coloca, recomendo que não se meta em aventuras sem ter uns anitos de criação de canários a sério, depois de muito ler sobre canários de porte, de perceber alguma coisa sobre genética, de muito observar outros grandes criadores e grandes exposições.
- Se conseguir um dia saber o historial do aparecimento de cada uma das espécies de canários de porte, se conseguir um dia obter canários de porte, em várias raças, que nas exposições obtenham 90 pontos ou mais, de conseguir diagnosticar e prevenir maior parte das doenças dos canários, se conseguir preparar uma alimentação equilibrada para cada época do ano dos seu canários... depois de tudo isto, primeiro concorra a JUIZ de canários de Porte, e depois, ainda terá que reaprender tudo, e verá que haverá muito mais pesquiza a desenvolver, para conseguir uma mistura genética com bons resultados.
- A canaricultura simples, já de si é um grande desafio, senão veja, tente criar algumas das raças mais difíceis (Parisienses, Gibber Itálico, Giboso Espanhol, Frisado do Sul) e verá que, não valerá a pena "inventar" uma nova raça, sem fundamentos.
- Devo dizer-lhe que só conseguirá fixar minimamente uma nova raça, após pelo menos 12 anos de acasalamentos, entre raças devidamente estudadas, afim de obter uma que não seja qualquer coisa parecida com as já existentes.
- Quanto ao seu "cruzamento", não faço ideia o que dará, tudo menos qualquer coisa de geito, já que para vir a trabalhar uma raça diferente, teria de acasalar vários casais idênticos, fêmeas e machos de espécies diferentes.
- Também não admira a sua fêmea Gloster, qie terá por volta dos 11,5 cm (tamanho standard), ou pouco mais, e um Frisado, que talvez seja Frizado do Norte, que em tamanho strandard é de 17 cm, e nem que seja mais pequeno, terá sempre por volta dos 15 cm.
- Terá que seguir técnicas de acasalamento já indicadas em respostas a outros colegas criadores, que encontrará nasta página, em RESPOSTAS.
Um grande abraço, e boa sorte (para ter boa sorte, compre uma fêmea gloster e uma fêmea frizada para o macho).
Luís Pires - Ovar (Portugal)